quarta-feira, 2 de abril de 2014

Experiência docente no Ensino Superior

Há muito, tinha o desejo de ser tutora da UAB/UFC. Lembro que quando ainda faltava um ano para minha formatura, procurei a coordenadora de tutores da área de Língua Espanhola e comentei com ela sobre essa minha vontade. Ela sorriu e disse: Gleicy, primeiro vai ter de se formar. Houve um curso de formação inicial do qual não pude participar por não ser graduada ainda, foi muito decepcionante para mim. Finalmente, graduei-me. Passados seis meses, a coordenadora convidou-me para atuar na EAD. Nossa! Foi uma alegria só! Então, mesmo ainda sem a formação inicial, iniciei minhas atividades enquanto Professora Tutora.
Imaginem vocês, caros colegas, meu processo de aprendizagem de como ser professora de graduação, e mais, na modalidade a distância, começou “na marra”, como se diz aqui no Ceará.  Assim, foi a partir da prática que, no Curso de Formação Inicial, que fiz um semestre depois do início de minha atuação, compreendi o que diz a teoria sobre EAD. Lembro-me que o meu maior medo era de não ministrar uma aula de excelência, já que havia acabado de sair da graduação. Imaginava que por não estar em uma Pós-graduação, não tinha arcabouço teórico e didático suficientes para ministrar uma aula de excelência no nível superior. Tinha medo de que os alunos perguntassem minha formação e me subestimassem por saberem que me havia formado há seis meses.
Um dia, refletindo sobre esses medos, conclui que a primeira pessoa que me estava subestimando era eu mesma. Lembrei-me dos grandes professores que tive na graduação, que mesmo inexperientes, ministravam excelentes aulas. Então, resolvi esse problema, preparando-me bastante para ser a professora de que todo aluno precisa, seja qual for o nível escolar em que esteja: a que estuda e prepara o seu emocional e intelectual para promover um eficiente processo de aprendizagem.
Como ultrapassei a maior barreira, a da insegurança, todas as outras se tornaram ultrapassáveis. Meus colegas tutores já experientes foram meus tutores de SOLAR, de viagens, de prestação de contas, de portfólios... Eles tornaram minha primeira experiência inesquecível, pois pude compreender o significado da palavra parceria. Pude refletir que são esses detalhes: uma troca de torpedo, e-mail, telefonema, para saber, por exemplo, que horas sai o último ônibus que nos levará de volta para casa (detalhes que não vão sair no Fantástico), que refletem verdadeiramente a parceria de tantos que, nos bastidores, lutam pela democratização da Educação.

Minha primeira experiência é inesquecível porque me proporcionou mais do que esperava, pois além de conseguir ser professora da graduação, pude ver que nós, os professores tutores,  juntos, “escondidinhos” pelos interiores, estamos lutando para que os brasileiros que almejam uma educação de nível superior a consigam por meio, inclusive, de nossos esforços.

5 comentários:

  1. Bom dia Professora Gleicyane.
    Sua linguagem simples e objetiva deve ser a principal ferramenta de seu sucesso.
    Suas palavras são uma aula de auto motivação.
    São suas palavras como as que transcrevo abaixo que nos faz sentir orgulhosos de nosso trabalho.
    “prepara o seu emocional e intelectual para promover um eficiente processo de aprendizagem.”
    “parceria.”
    J Cristofilo

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    1. Obrigada, Professor!

      Neste contexto, em que sou aprendiz, o seu reconhecimento, enquanto educador, também me motiva bastante! Motivar o educando também deve ser uma das responsabilidades do educador, pois esse, a meu ver, é um fator que pode determinar a celeridade no processo de aprendizagem.

      Sua atitude demonstra quão bom educador é!

      Gleicyane

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  2. Parabéns pela linda história de vitória Gleicyane!
    E te digo mais, esse medo de não atendermos às expectativas do aluno é sempre comum. E é isso que nos motiva a estarmos sempre nos aperfeiçoando, buscando novos conhecimentos. Acima de tudo, acredito também que a humildade é essencial no processo de ensino-aprendizagem. Não é anormal em alguns momentos dizer pra nossos alunos que não temos respostas pra suas perguntas. O mais importante, é estarmos dispostos a buscar as respostas. Enfim, acredito que se formos sempre aprendizes, seremos sempre bons professores.
    Jôsanny Lopes

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    1. Obrigada, Jôsanny!

      Estou totalmente de acordo com você quando diz não ser anormal dizer aos alunos que não temos as respostas quando, de fato, às vezes, não as temos. Reconhecer isso é verdadeiramente um ato de humildade, e esse sentimento é o fator preponderante para a obtenção do conhecimento, pois quem pensa saber tudo, não tem por que estudar, não precisa preparar aulas, não necessita de, sequer, ler as aulas no SOLAR. Não saber todas as respostas nos torna mais inteligentes, pois, por causa disso, estudamos mais, preparamo-nos mais e, assim, tornamo-nos cada vez mais profissionais.

      Gleicyane

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  3. "...pois quem pensa saber tudo, não tem por que estudar, não precisa preparar aulas, não necessita de, sequer, ler as aulas no SOLAR."

    Concordo muito! Realmente, a humildade nos torna eternos aprendizes, e isso é essencial para que continuemos a crescer como seres humanos, como cidadãos, como profissionais.

    Abs,

    Verônica

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