quinta-feira, 3 de abril de 2014

Sempre quis a docência superior

Sempre quis ser professor, Ainda mais universitário. Apesar de sempre ter sido muito tímido, imaginava que isso poderia ser trabalhado ao longo do tempo. Continuo tímido, mas vejo que esta característica não tira meus méritos de ser um bom profissional nem e vontade de continuar e crescer cada vez mais no ramo escolhido.

Desde pequeno brincava de escolinha, sozinho, com meus bonecos, sempre simulando uma sala de aula tradicional. Não imaginava na época que um dia algumas alternativas surgiriam para o processo de ensino-aprendizado em massa - como a EaD. Esta "brincadeira" já mostrava traços das minhas vocações e do que eu pretendia profissionalmente.

As apresentações de trabalhos na escola eram terríveis. Nunca me sentia à vontade. Já cheguei a elogiar professores pelos seus desempenhos perante o público, pois no momento não conseguia ser como eles.

Quando atingi a maioridade ingressei em curso universitário de licenciatura. Lá obtive muitos conhecimentos sobre educação em geral e algumas técnicas didáticas. Porém, o que mais me fez amadurecer foram os constantes seminários e feedbacks dos colegas de turma, buscando sempre a melhoria contínua.

Ao ingressar em Ciências Contábeis na UFC, já estava bem mais desenvolto nas apresentações. Fiz bom curso, fui bolsista de pesquisa. Logo após a colação de grau ingressei no Mestrado. Este sim foi a minha grande porta de entrada na docência.

Minha primeira experiência na docência foi muito boa, ela ocorreu logo após a conclusão do Mestrado. Por incrivel que pareça, estava muito tranquilo, apenas o velho embrulho no estômago (normal segundo muitos professores veteranos) e uma leve falta de apetite. Estava preparado. Havia estudado bastante e preparado muito material.

No transporte, no caminho, ia refletindo sobre o que estava me esperando do outro lado. Será que serei bem aceito? Será que "darei conta do recado"?

Quanto mais próximo do momento de contato com os alunos, mais relaxado eu ficava. Ao entrar em sala, imagino que eles tenham se surpreendido com o jovem professor - pois sempre aguardam alguém de mais experiente. A disciplina era Logística (assim como meu Mestrado), isso me dava mais segurança.

Apresentei-me, contei um pouco da minha carreira acadêmica, pedi que se apresentassem, explanei muitas coisas sobre a disciplina, consegui ser engraçado (foi muito bom), fui chamado de professor pela primeira vez (ótimo sentimento), de senhor também, enfim, finalizei o encontro com a sensação de dever cumprido, com mais motivação para continuar com o trabalho e ciente de que poderia fazê-lo bem melhor.

Hoje vejo isso tudo com bons olhos. Olhando para trás, vejo que evolui bastante. Cometi alguns erros, mas estes foram importantes para o meu desenvolvimento. Espero evoluir sempre mais para que cada vez mais possa contribuir para a formação de pessoas que farão uma sociedade mais justa e humana.

Um comentário:

  1. Olá, Juscelino! Boa noite!

    Quando comentou "No transporte, no caminho, ia refletindo sobre o que estava me esperando do outro lado. Será que serei bem aceito? Será que "darei conta do recado"?", lembrei que pensamentos como esses também passaram por minha cabeça quando de minha primeira aula. E mais, uma vez por outra, lia o material, imaginava que perguntas seriam feitas a mim pelos alunos, elaborava as que faria a eles. Isso tudo depois de já me haver preparado em casa. Mas eu não estava satisfeita. Depois disso, após quase um ano e meio de EAD, de ser uma professora com certa experiência, sabe o que acontece quando estou dentro do ônibus rumo à aula? Tenho os mesmos pensamentos, só que agora, com bem menos insegurança. Penso que muitos colegas também se comportam assim. Quantos ônibus, no meio de estradas, foram nossos escritórios particulares!!!

    Abraço

    Gleicyane

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